30 agosto, 2007

Genial!

O que me dizem desta fantástica embalagem de suco de ...





Banana, é claro!

1, 2, feijão com arroz ... 3,4, ambrosia da Tatu!

Aqui em casa, as sobremesas do dia-a-dia que fazem sucesso são aquelas bem tradicionais – goiabada com queijo, marron glacê, bananada, marmelada, doce de leite... Daí que quando me deparei com a receita de ambrosia da Tatu, publicada no seu lindo livro Papel manteiga, resolvi tentar introduzí-la no rol das sobremesas caseiras... E não é que deu certo – a cada duas semanas atendo a pedidos e repito a receita – que além de ótima e muito simples de ser feita. Vamos a ela:

Ambrosia Cremosa

4 ovos bem batidos
250 g de açúcar
50 ml de água
Suco de ½ limão
Suco de ½ laranja

Ferva a água com o açúcar e deixe derreter muito bem. Tire do fogo e junte os ovos batidos misturados com os sucos. Volte ao fogo baixo e cozinhe, sem mexer muito, até ficar cremoso. Sirva em pequenos potes com um pouco de queijo branco ralado grosso para decorar. Gratine, se gostar.

29 agosto, 2007

Uma homenagem às varinas de Lisboa



(...)

Vazam-se os arsenais e as oficinas,

Reluz, viscoso, o rio; apressam-se as obreiras;

E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,

Correndo com firmeza, assomam as varinas.


Vêm sacudindo as ancas opulentas!

Seus troncos varonis recordam-me pilastras;

E algumas, à cabeça, embalam nas canastras

Os filhos que depois naufragam nas tormentas.


Descalças! Nas descargas de carvão,

Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;

E apinham-se num bairro aonde miam gatas,

E o peixe podre gera os focos de infecção!

(...)


In: O sentimento dum ocidental, Cesário Verde.

26 agosto, 2007

Novo colaborador, meu amigo Biagio!

Uma das coisas verdadeiramente boas da vida são os amigos - e nas horas difíceis é que nos damos conta disso! Eu, recentemente, ganhei um... vocês já os conhecem, é o autor da linda foto das maçanetas e também, daquela maravilha que é o tal "festival do arroz". Mas o bom mesmo, é que ele resolveu compartilhar uma experiência gastronômica conosco, e me mandou este maravilhoso post:

Uma das experiências mais maravilhosas da minha vida foi uma viagem a Helsinque em ocasião dos meus 30 anos. Todo o exótico que sonhava de ver, naquela época, se resumia na Finlândia. A experiência culinária foi realmente única.

Fui a um restaurante, no dia do meu aniversário (8 de maio) que chama LAPPI e que quer dizer “Lapônia”. Fica numa rua central da capital, Annankatu 22, que significa “Avenida Anna”(em honra a uma princesa sueca, provavelmente). Lá o meu menu foi extraordinário e ainda, a distância de anos, o lembro com prazer e saudades.

Entrada: um aperitivo “Poronkyynel” (Lágrimas de rena), uma cachaça local, bastante forte, com frutas do bosque amarelas (deliciosas!!!).

Primeiro prato: “Poronkäristystä” (Refogado de rena). Atenção ao finlandês: rena se diz “poro”, mas ao genitivo faz “poron”…Esse prato, Lara, é uma verdadeira delícia: se acompanha com puré de batatas e um molho a base de arando vermelho (é um prato que tem uma variante na Rússia, mas disso lhe direi em outro momento).

Sobremesa: Karpalojäätelöä, lämmintä valkosuklaa kastiketta ja hunaja-lakkahilloketta (Sorvete de kárpalo. Jäätelöä è uma palavra impronunciável significa sorvete, e o kárpalo è uma fruta dos lagos que não existe em outros lugares se não no extremo norte da Europa) com um molho de chocolate branco e geléia de mel e amoras...

Não é uma maravilha dos deuses??? Pode imaginar em que céu estava eu???

Estavam comigo dois grandes, grandíssimos amigos, um belga e outro italiano que ficaram sem palavras... porque o restaurante foi uma escolha minha... mas a conta foi
deles!!! Era ou não era o meu aniversário???

Biagio querido, aguardo muitas novas colaborações. Muito obrigada!



25 agosto, 2007

Enfim, casa nova!


Depois do turbilhão da última semana, só ontem consegui cozinhar um pouco. E a receita escolhida foi um delicioso risoto de tomates e erva-doce, que eu encontrei no blog da Ilva. Para a sobremesa, fiz um simples e gostoso cumble, de um livrinho muito simpático – Doçuras de longe, sabores de monte, de Corinne Albaut. É um livrinho de receitas para crianças, ricamente ilustrado por Aurélie Guillerey, e organizados por tradições gastronômicas de diversos países. Na introdução de cada capítulo, um versinho. A receita escolhida por mim foi o Crocante do Jardim (cumble) e pertence a culinária do Reino Unido.


Risoto de tomates e erva-doce

1 cebola picada
Azeite
2 colheres de chá de sementes de erva-doce
1 litro de caldo de legumes
1 lata de tomates pelados
Sal, pimenta e 1 pitada de açúcar
2 xícaras de arroz para risoto
Manteiga
Queijo ralado

Refogue as cebolas no azeite, junto com as sementes de erva-doce. Acrescente o arroz e, assim que ele ficar translúcido, comece a regá-los com o caldo de legumes. Mais ou menos na metade do cozimento, acrescente parte dos tomates pelados (que devem ter sido refogados no azeite e temperados com sal, pimenta e uma pitada do açúcar). Alterne o caldo de legumes com o restante dos tomates. Para finalizar, acrescente 1 colher de sopa de manteiga e 2 colheres de sopa de queijo ralado. Delícia!


Crocante do jardim

1 kg de frutas (eu usei maças, morangos e peras), descascadas e cortadas
¼ de xícara de manteiga
3 colheres de sopa de açúcar

Refogue as frutas na manteiga, como para uma compota. Na hora de retira-las do fogo, acrescente as três colheres de açúcar e mexa até dissolve-las. Reserve.

Faça uma espécie de farofa com 1 xícara de chá de farinha de trigo e 100 gr de manteiga. Deposite as frutas num pirex, cubra com a farofa e leve para assar por uns 25 minutos. Eu comi o meu crocante com sorvete de chocolate branco.

Amor de irmão

Meu irmão gosta de...

Pão italiano
Pimenta tabasco
Mostarda
Palitinhos
Ferrero roche
Amendoim
Pizza
Sanduíche de filet
Salada de alface com muito limão
Vinho
Coca zero...

E eu amo meu irmão.

Vocês devem ter percebido que estou há alguns dias sem postar. É que minha vida, nesta última semana, virou de ponta cabeça. Além da mudança de endereço e da pressa em terminar minha qualificação, meu irmão nasceu de novo. Explico: após um vazamento de gás em seu banheiro, ele foi encontrado desmaiado e tão logo foi socorrido, ficou um tempo sem os movimentos. Nada no mundo pode explicar os sentimentos que passaram pela minha cabeça durante estas terríveis horas. São nestes momentos-chaves de nossas vidas que entendemos o que é, de fato, relevante – a mudança, que me parecia a grande questão do momento, foi reduzida a algo tão insignificante que nem vale a pena mencioná-la. Quanto à qualificação, acabei dando conta do recado. Quanto ao meu irmão, graças a Deus ele renasceu! E quanto a mim, ganhei um irmão.

24 agosto, 2007

Num bairro moderno - Cesário verde




Dez horas da manhã; os transparentes
Matizam uma casa apalaçada;
Pelos jardins estancam-se os nascentes,
E fere a vista, com brancuras quentes,
A larga rua macadamizada.

Rez-de-chaussée repousam sossegados,
Abringam-se, nalguns, as persianas,
E dum ou doutro, em quartos estucados,
Ou entre a rama dos papéis pintados,
Reluzem, num almoço, as porcelanas.

Como é saudável ter o seu aconchego,
E a sua vida fácil! Eu descia,
Sem muita pressa, para o meu emprego,
Aonde agora quase sempre chego
Com as tonturas duma apoplexia.

E rota, pequenina, azafamada,
Notei de costas uma rapariga,
Que no xadrez marmóreo duma escada,
Como um retalho de horta aglomerada,
Pousara, ajoelhando, a sua giga.

E eu, apesar do sol, examinei-a:
Pôs-se de pé; ressoam-lhe os tamancos;
E abre-se-lhe o algodão azul da meia,
Se ela se curva, esguelhada, feia,
E pendurando os seus bracinhos brancos.

Do patamar responde-lhe um criado:
«Se te convém, despacha; não converses.
Eu não dou mais» E muito descansado,
Atira um cobre lívido, oxidado,
Que vem bater nas faces dum alperces.

Subitamente - que visão de artista! -
Se eu transformasse os simples vegetais,
À luz do sol, o intenso colorista,
Num ser humano que se mova e exista
Cheio de belas proporções carnais?!

Bóiam aromas, fumos de cozinha;
Com o cabaz às costas, e vergando,
Sobem padeiros, claros de farinha;
E às portas, uma ou outra campainha
Toca, frenética, de vez em quando.

E eu recompunha, por anatomia,
Um novo corpo orgânico, aos bocados.
Achava os tons e as formas. Descobria
Uma cabeça numa melancia,
E nuns repolhos seios injectados.

As azeitonas, que nos dão o azeite,
Negras e unidas, entre verdes folhos,
São tranças dum cabelo que se ajeite;
E os nabos - ossos nus, da cor do leite,
E os cachos de uvas - os rosários de olhos.

Há colos, ombros, bocas, um semblante
Nas posições de certos frutos. E entre
As hortaliças, túmido, fragrante,
Como dalguém que tudo aquilo jante,
Surge um melão, que me lembrou um ventre.

E, como um feto, enfim, que se dilate,
Vi nos legumes carnes tentadoras,
Sangue na ginja vívida, escarlate,
Bons corações pulsando no tomate
E dedos hirtos, rubros, nas cenouras.

O sol dourava o céu. E a regateira,
Como vendera a sua fresca alface
E dera o ramo de hortelã que cheira,
Voltando-se, gritou-me, prazeirenta:
«Não passa mais ninguém!... Se me ajudasse?!...»

Eu acerquei-me dela, sem desprezo;
E, pelas duas asas a quebrar,
Nós levantámos todo aquele peso
Que ao chão de pedra resistia preso,
Com um enorme esfoço muscular.

«Muito obrigada! Deus lhe dê saúde!»
E recebi, naquela despedida,
As forças, a alegria, a plenitude,
Que brotam dum excesso de virtude
Ou duma digestão desconhecida.

E enquanto sigo para o lado oposto,
E ao longe rodam umas carruagens,
A pobre afasta-se, ao calor de Agosto,
Descolorida nas maçãs do rosto,
e sem quadris na saia de ramagens.

Um pequerrucho rega a trepadeira
Duma janela azul; e, com o ralo
Do regador, parece que joeira
Ou que borrifa estrelas; e a poeira
Que eleva nuvens alvas a incensá-lo.

Chegam do gigo emanações sadias,
Oiço um canário - que infantil chilrada! -
Lidam ménages entre as gelosias,
E o sol estende, pelas frontarias,
Seus raios de laranja destilada.

E pitoresca e audaz, na sua chita,
O peito erguido, os pulsos nas ilhargas,
Duma desgraça alegre que me incita,
Ela apregoa, magra, enfezadita,
As suas couves repolhudas, largas.

E como as grossas pernas de um gigante,
Sem tronco, mas atléticas, inteiras,
Carregam sobre a pobre caminhante,
Sobre a verdura rústica, abundante,
Duas frugais abóboras carneiras.

13 agosto, 2007


E por falar em terras holandesas... um presente meu para vocês: um pequeno poema de Jacques Prévert, selecionado e ilustrado pelo holandês Wim Hofman, em mais um título da Cosac & Naify – Dia de Folga.

Para fazer o retrato de um pássaro


Primeiro pintar uma gaiola

com a porta aberta

depois pintar

qualquer coisa de bonito

qualquer coisa de simples

qualquer coisa de belo

qualquer coisa de útil...

para o pássaro

depois pendurar a tela numa árvore

num jardim

num bosque

ou numa floresta

esconder-se atrás da árvore

sem dar um pio

sem mover um dedo...

Às vezes o pássaro chega sem demora

mas pode também levar longos anos

até se decidir

Não se abater

esperar

esperar anos e anos se preciso

pois a rapidez ou a demora

do pássaro não têm nada a ver

com o sucesso do quadro

Quando o pássaro chegarse chegar

manter o mais profundo silêncio

esperar que o pássaro entre na gaiola

e quando entrar

fechar suavemente a porta com o pincel

depois

apagar uma a uma todas as grades

tomando cuidado para não tocar sem querer nas penas do pássaro

Fazer depois o retrato da árvore

reservando o galho mais belo de todos

para o pássaro

pintar ainda a folhagem verde e o frescor do vento

a poeira do sole o rumor dos insetos na relva no calor do verão

depois é só esperar que o pássaro comece a cantar

Se o pássaro não cantar

é mau sinal

sinal de que o quadro é mau

mas se cantar bom sina

lsinal de que pode assiná-lo

então você deve arrancar devagarinho

uma das penas do pássaro

e escrever seu nome num canto do quadro.

Confesso que até hoje nunca tinha ouvido falar no Rijsttafel. Mas, como quem tem amigos tem tudo nesta vida, hoje fui apresentada a esta fantástica invenção de origem indonesiana-holandesa. Pelo que entendi, o Rijsttafel é uma espécie de mesa de arroz com diversos acompanhamentos, dentro os quais se destacam os legumes e hortaliças com leite de coco, carnes, aves e peixes temperados e pedaços de bananas fritas.

Todos os frequentadores deste blog sabem da minha adoração por arroz – donde podem imaginar como fiquei completamente entusiasmada com a idéia e a imagem de uma mesa de arroz.. Pois é, mais um presente do amigo Biagio, que também me enviou esta foto de sua aventura em terras holandesas, diretamente do restaurante Kantjil & De Tijger.

12 agosto, 2007

Novo lançamento da Cosac Naify, O povo das Sardinhas. Uma linda e muitíssimo bem-humorada fábula da jovem autora francesa Delphine Perret.
E para aqueles que gostarem, vale a pena conhecer um pouquinho mais de seu trabalho no seu delicioso Bistrot d'images no endereço Chezdelphine.


Boa semana para todos!

09 agosto, 2007


Eu prometi a um amigo siciliano – o autor desta linda foto, com quem compartilhei a deliciosa banana brulée do Zazá Bistrot – uma receita de Gratin Dauphinois. Eu, particularmente, adoro batatas e acho esta receita simples fantástica. As batatas fazem sucesso em qualquer parte e podem ser feitas de inúmeras maneiras – gratinadas, sautées, no vapor, ou cozidas, fritas, raladas...., talvez esta seja uma das razões da sua glória. Seu cultivo é também bastante simples (que viu o último programa de Jamie Oliver sabe o que quero dizer) e relativamente barato. Veja o que o grande Alexandre Dumas nos conta a respeito:


“Em 1793, as batatas eram consideradas tão indispensáveis que um decreto da
República Francesa ordenou um censo dos jardins de luxo, a fim de que eles
pudessem ser destinados ao cultivo desse tubérculo. O resultado foi que a
principal avenida do Jardim das Tulherias e os canteiros de flores passaram a
ser de cultivo de batatas. Por isso, as batatas por muito tempo também tiveram o
nome de “laranjas reais”

A receita:

1 dente de alho
1 kg de batatas grandes, descascadas, em rodelas finas
1 xícara de chá de queijo gruyère, suiço ou françês, ralado na hora
1 xícara de chá de crème fraîche
sal

Esfregue o alho no interior de um prato refratário, de preferência de porcelana. Arrume uma camada com metade da batata. Espalhe metade do queijo e, depois, metade do creme. Polcilhe com sal. Arrume camadas iguais na mesma ordem, até que terminem os ingredientes. Leve ao forno, com o prato destampado, até que a superfície fique crocante e dourada (de 50 a 60 minutos). Sirva imediatamente.

Bom jantar amigo Biagio!

Obs: receita de Patricia Wells, Cozinha de Bistrô.

05 agosto, 2007

Design e Tradição na Gastronomia

A PUC-Rio estará promovendo, entre os dias 03/09 e 28/11/2007 (2ª e 4ª feira, das 19:00 às 22:00h) o seguinte curso: Design e tradição na Gastronomia, coordenado pelos professores
Enrique Raul Renteria, Doutor, PUC-Rio e Claudia Habib Kayat, Especialista, Japan Packaging Institute.


Objetivo:

Na produção em volume, tal como todo produto industrial, o alimento requer um projeto prévio a sua industrialização bem sucedida. O objetivo deste curso é contribuir para a compreensão da alimentação atual que na sua inevitável massificação deve conciliar a industrialização, que exige Food Design, com a tradição dos consumidores. No entanto, saber o quê, quando, como, porquê e para quê, uma pessoa come (consome alimento) é o ponto de partida inevitável do design de qualquer alimento, indo desde a escolha dos ingredientes, manipulação, corantes e conservantes até a sua embalagem. O curso visa apontar respostas a essas questões básicas do design para obter um produto que concilie interesses e pressões de consumidores, concorrentes, tecnologias e legislação. A preocupação com como era a alimentação antes e como ela é agora, objeto da atenção de estudiosos e pensadores de todos os campos do saber, serve de referência para explicar os projetos que levam à produção em grande escala. Durante o curso procura-se identificar e compreender as tendências, de ordem social, política, econômica e religiosa, colocadas pelas diferentes sociedades ao longo da história que influíram no processo de criação de novos alimentos ou de novas versões de alimentos existentes, influências essas que podem ajudar a entender a futura evolução dos alimentos, ilustrando os aspectos tecnológicos dessas inovações à luz dos princípios da gastronomia molecular, acessível ao público em geral e utilíssimo instrumento para compreender alimentos existentes e criar novos.
Público-alvo:
Designers, sociólogos, antropólogos, historiadores, nutricionistas e jornalistas, estudiosos do comportamento. Operadores de turismo, fabricantes de alimentos e fabricantes de utensílios vinculados à alimentação, e demais interessados no tema.
Metodologia:
Palestras e demonstrações de especialistas em algumas das áreas cobertas no curso. Visitas a instalações onde se praticam os processos descritos no curso. Uso de audiovisuais, filmes, fotografias e gravações para ilustrar tópicos abordados durante o curso. Estudo de casos para treinar tanto o procedimento analítico como a preparação de versões escritas das observações e trabalhos dos alunos. Discussões em sala de assuntos colocados pelo professor, conforme mostra o programa.
Programa:
Introdução : o sabor moderno
Características da alimentação atual, predominantemente urbana e afastada dos pontos de produção de alimentos. Percurso antigo e recente : perspectiva cronológica.
Perspectivas do design na alimentação
Produções recentes no mundo e no Brasil. Influência das associações profissionais e impacto das preferências do consumidor. Tendências em materiais e tecnologias para produzir, para tratar, para conservar e para propor o alimento ao consumidor.
Canais de consumo da alimentação
Doméstico, para consumo familiar cotidiano. Produção comercial em pequena escala, em restaurantes. Alimentação de coletividades, em escolas, hospitais, etc.
Produtos de luxo, em restaurantes de luxo e lojas especializadas. Produção comercial em grande escala para supermercados e lojas de alimentos.
Alimentação, medicina e filosofia
Fatores extra alimentares que determinam a escolha de certos tipos de alimentação. Vegetarianismo, produção orgânica, ecologia. Alimentação ritual. Influência de tendências "ideológicas" na procura e na rejeição pública de certos alimentos.Os alimentos no imaginário : artes plásticas, literatura e cinemaIconografia do alimento. Como os alimentos são vistos em diversas épocas. A culinária bíblica. Associações de alimentos a atividade, profissão, status social, origem étnica, etc. A literatura e a valorização das cozinhas regional e nacional (Eça de Queiroz, Zola, Machado de Assis, ...)
A representação do alimento na embalagem e na publicidade
A embalagem protege o produto, guia e orienta o usuário. Ergonomia da embalagem. A faixa etária dopúblico alvo e as características da embalagem. A exibição do produto. Informações legalmenteexigidas; necessárias para descrever o conteúdo; importantes para atrair o consumidor. Relação doproduto com sua embalagem e a prateleira. Observação I : visita a um fabricante de alimentos.
Gastronomia e identidade regional
Ingredientes e preparos que marcam e diferenciam a comida de um país ou grupo étnico. A tendência convergente no mundo ocidental. A globalização e práticas que a resistem. Alimentos de ocasiões especiais. O gosto : a experiência organoléptica; o ato de degustar; fatores que afetam a intensidade da experiência.Observação II: visita para discussão da textura, sabor e uso de cortes de carne.
Cozinheiro Nacional : o estudo brasileiro
Tradições culinárias brasileiras. Costumes realmente nacionais, costumes locais, vantagens do exotismo. Referência ao elenco de pratos apresentado no livro Cozinheiro Nacional. Recuperação da cultura alimentar brasileira (Jangada Brasil). A obra de Câmara Cascudo.
Plantas de civilização
A herança da Revolução neolítica. Arroz, batata, milho, trigo e quínua permitiram o aparecimento de civilizações e ajudaram a sustentá-las. Seu uso, seus derivados e sua influência na utilização atual na indústria. Acompanhamentos e bebidas : a cevada, a uva, o cactos.
O espaço privado e o público : comendo em casa e na rua
Urbanização e mudanças demográficas. Mais consumidores que produtores. A invenção do restaurante. O alimento semi-pronto. Os rituais da comensalidade íntima, da formal na presença de convidados, da realizada em nos restaurantes e nos banquetes públicos. Os espaços do lar.
A evolução da etiqueta à mesa : comportamento, mobília e utensílios
De servido ao auto-serviço. O consumo de alimentos e bebidas preparados no local e as comprados embalados / engarrafados. Móveis, aparelhos e utensílios ligados à alimentação : mesas, cadeiras, vasilhame, talheres. Implementos, atualmente na maioria de uso misto na copa e na cozinha. O seu "consumo" visando o hobby e a coleção.
Descoberta e adoção de novos alimentos
O efeito das descobertas e da colonização européia. Exemplo : a batata desidratada (chuño ou liofilização). A adoção, paulatina ou súbita, de novos produtos alimentícios. A modificação / adaptação de novos alimentos. O desafio da neofobia e de seu contrário, a neofilia. O modelo do produto artesanal.
Tecnologia para os alimentos ; normas e legislação
Produção a pedido e produção para prateleira. Ergonomia da embalagem e do produto. Conservantes e aditivos. Colocação no mercado de produtos designed. Renovação da cozinha e tendências culinárias : entre conservadorismo e inovação. A gastronomia molecular, a ergonomia do alimento, no de design de alimentos. Bebidas : fermentadas, destiladas, refrigerantes, águas minerais. Processos recentes ou relançados : a cozinha a vapor, a vácuo, diversas formas de aquecimento. HACCP, segurança e legislação nacional e internacional do consumo.
Gastronomia, lazer e moda
O consumo de produtos requintados. Fontes de divisas : Turismo gastronômico, exportação de alimentos adequadamente designed. Souvenirs gastronômicos : chocolates, cachaça, doces, queijos. A cultura alimentar reconhecida "Patrimônio da Humanidade" pela UNESCO.
A culinária escrita
Literatura para a cozinha, sobre a cozinha, e os costumes. A comida na ficção. Jornalismo culinário. Crítica de livros, receitas e restaurantes. As classificações de produtos, bebidas e restaurantes. Os guias.
Workshop e atividade : projeto orientado de um alimento
Estudo de casos, o tomate, o chocolate, o açúcar, o café, o "foie gras" Seminário sobre a atualidade do Food Design
Para maiores informações, clique aqui.
Obs: Ficarei responsável pelo módulo A culinária escrita.


Fim de férias e saudades da Liberdade


Infelizmente as férias acabaram e não consegui me mudar. Como podem imaginar, está tudo um caos por aqui. Mas, apesar de tudo, andei comendo muito bem nestas duas últimas semanas – numa rápida viagem a São Paulo, me esbaldei na Liberdade e trouxe para casa muitas delícias desconhecidas, e jantei num restaurante bem simpático, o Mestiço. Lá comi Krathong-thong (cestinhas tailandesas de massa crocante, recheada com frango, milho e especiarias), e mini-acarajés, Ásia (filé mignon fatiado estilo tailandês ao molho de ostras, cogumelos e cebolinhas) e Hua-hinf (frango com shiitake ao molho de gengibre estilo tailandês). Já no Rio, conheci a deliciosa cozinha do Zazá. De entrada pedimos espetada de camarão com mel picante e samosas - pasteizinhos indianos recheados com camarões secos, palmito fresco, coentro, hortelã, gengibre, pimenta calabresa, com mango chutney, meu prato principal foi Camarões flambados com especiariais e risoto de limão e, de sobremesa, um magnífico carpaccio de banana brulée, servidos sobre fina camada de doce de ovos-moles com canelas e duas bolas de sorvete de tapioca. Não tenho tido tempo de navegar muito, mas ando com água na boca só de imaginar os sorvetes que andam rolando lá no blog da Fer e da Bia. Me animei e resolvi investir numa sorveteira. Andei preparando uma torta com a receita da Fer (com recheio de milho e queijo minas), um clafoutis adaptado da Bia (só que usei farinha de castanha do pará no lugar da farinha de amêndoa) e também já fiz umas duas ou três vezes esta receita de pão. Dentre as novidades, esta polenta especial:

Polenta de Grana Padano e mel

150 g de farinha para polenta branca
600 ml de caldo de legumes
2 folhas de sálvia
15 g de manteiga
15 g de grana padano
15 ml de azeite
sal a gosto
pimenta-do-reino branca a gosto
1 colher de sopa de mel (para a hora de servir)

Coloque o caldo de legumes para ferver e, com uma colher de pau, vá acrescentando, aos poucos, a farinha da polenta. Quando a polenta começar a borbulhar, junte as folhas de sálvia e prossiga o cozimento por uns 30 minutos – sempre mexendo. Quando a polenta começar a soltar das paredes e formar uma pequena crosta na superfície, ela estará cozida. Desligue o fogo e acrescente os queijos, a manteiga, o azeite e o sal. Na hora de servir, decore com o mel.